Fotos: Aislan Henrique
Lagoa Formosa – A decisão do Executivo municipal de exonerar funcionários contratados poucos dias após o resultado das eleições municipais tem gerado indignação e revolta entre os moradores de Lagoa Formosa. Serviços essenciais, como creches, transporte escolar e o atendimento de saúde mental, foram drasticamente afetados pelas medidas. Na última quinta-feira (10/10), uma manifestação foi realizada em frente a prefeitura, reunindo mães, estudantes e funcionários públicos preocupados com o impacto das exonerações.
A redução do horário de funcionamento das creches foi um dos pontos mais criticados pelos manifestantes. Sirlene, mãe de uma criança que depende do serviço, destacou o quanto essa decisão afeta sua rotina de trabalho. “Eu trabalho fora e preciso deixar meu filho na creche o dia todo. Com a mudança, as creches só vão funcionar até 11h15, o que inviabiliza a vida de muitas mães como eu, que não têm condição de pagar uma babá,” lamentou Sirlene. Além disso, ela enfatizou a dificuldade enfrentada por mães de crianças com necessidades especiais, como é o caso do filho autista, que depende do apoio da creche para manter uma rotina de cuidados.
Outro serviço afetado foi o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que será fechado devido às demissões. A psicóloga do CAPS, Sanaia, que participou da manifestação, denunciou a interrupção abrupta do serviço, que atende pacientes com transtornos mentais. “O CAPS é um serviço essencial para a saúde da população. Fechá-lo é um ultraje, uma falta de respeito com quem mais precisa de atendimento. A justificativa de corte de gastos não deveria ar por cima da saúde,” afirmou.
Os estudantes universitários, que utilizam o transporte escolar fornecido pela prefeitura para estudar em Patos de Minas, também foram prejudicados. Kallyne, aluna de um curso superior, relatou que os motoristas dos ônibus informaram sobre o corte no serviço a partir da próxima semana. “Esse transporte sempre foi garantido, mesmo em outras gestões. Agora, no fim do mandato, estamos sem nenhuma explicação oficial da prefeitura. Vai ser muito difícil tirar do bolso para pagar um transporte particular,” disse a estudante.
A população da zona rural também não ficou de fora das exonerações e cortes. Maronice, mãe de um estudante que mora na área rural, destacou o impacto da suspensão do transporte escolar para as crianças que vivem mais afastadas. Segundo ela, os alunos terão que caminhar quilômetros até o ponto de ônibus mais próximo, caso o corte seja mantido.
Ao ser questionada sobre as exonerações, a prefeitura informou que as demissões fazem parte de um ajuste fiscal necessário para cumprir as metas do Tribunal de Contas do Estado e garantir que a próxima istração receba as contas em dia. No entanto, os manifestantes afirmam que as medidas são, na verdade, uma retaliação política, em resposta ao resultado das urnas no último domingo, quando o prefeito foi derrotado nas eleições.
Até o momento, o prefeito Edson Machado (MDB), o Didi, não se pronunciou oficialmente sobre o tema, apesar de tentativas de contato.