Agronegócio, que envolve desde a produção de insumos para a agropecuária, a produção de alimentos dentro das fazendas e por fim, o beneficiamento, industrialização, transporte e comercialização desses produtos, emprega cerca de 28,5 milhões de pessoas em todo Brasil, segundo recente estudo do Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, em parceria com a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Com esse número, a participação do Agronegócio no total de postos de trabalho ocupados sobe para 26,8%, demonstrando mais uma vez a força desse segmento na economia brasileira.
Esse avanço na ocupação de mão de obra está ligado principalmente ao excelente desempenho da produção agropecuária no campo, que estimula os segmentos antes e depois da porteira a investirem e contratarem mais pessoas. E o contrário também vale, ou seja, à medida que o setor tem algum problema em relação aos preços, produção, mercado ou qualquer outro risco que possa afetar sua rentabilidade, haverá impacto direto no número de pessoas contratadas, como aconteceu em 2023, que houve diminuição na contratação na agropecuária em função da retração das atividades na pecuária de leite e corte, devido aos preços recebidos pelos produtores.
Em relação à produção de grãos, a estimativa atual é que infelizmente deveremos ter uma quebra nas colheitas de grãos, causada principalmente pelas condições climáticas desfavoráveis desde o plantio da safra de verão, no final de 2023. À medida que acontecerem as colheitas de soja e os plantios de inverno, teremos uma certeza maior desses números.
Mas qual o impacto de uma eventual quebra na produção de grãos na próxima safra brasileira? Certamente os preços agrícolas aumentarão e esse efeito impactará diretamente no custo da cesta básica dos brasileiros, gerando inflação e menor poder de compra.
Percebo que muitas pessoas pensam no agronegócio como “algo distante”, que está lá no campo, longe da cidade e sem nenhuma relação com toda população, seja ela da área rural ou urbana, da cidade pequena, grande ou da capital. O agronegócio está presente em nosso dia a dia, desde o café da manhã até quando formos dormir.
Além de sua importância como um segmento que gera milhões de empregos em todo Brasil e traz divisas para a economia brasileira pelos superávits na balança comercial, o agronegócio tem um papel fundamental de alimentar não só os brasileiros, mas também vários outros países. Até os anos setenta, o Brasil era um grande importador de alimentos, mas com o desenvolvimento de novas tecnologias e principalmente o desenvolvimento sustentável da região dos Cerrados, o Brasil se tornou uma grande potência agroalimentar mundial.
Somos os maiores exportadores de café, açúcar, soja em grão, carne bovina, frango, celulose, e agora também de milho, ultraando até mesmo os EUA. Hoje temos uma agropecuária altamente tecnificada e diversificada, mas o clima ainda tem enorme influência na produção, já que estamos falando de uma atividade que é “uma fábrica a céu aberto”.
Essa força do agronegócio brasileiro precisa ser reconhecida e valorizada por todos nós, seja quem trabalha diretamente com ele ou não, pois é esse segmento que coloca a comida em nossa mesa, fruto do trabalho de muita gente, que trabalha de sol a sol, nessa sagrada tarefa de alimentar o próximo.
Vamos então torcer para que no decorrer da safra, que ainda vai se encerrar daqui alguns meses, o clima seja favorável para boas produções e assim tenhamos uma boa colheita, com bons resultados para os produtores e sem impacto no aumento dos preços dos alimentos para os consumidores finais.