O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão (sem partido), se reuniu com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Nas redes sociais, Falcão disse que o encontro teve como objetivo conhecer as políticas de segurança pública praticadas no estado vizinho, mas o encontro pode representar muito mais.
Ronaldo Caiado é pré-candidato à Presidência da República e transita bem na direita e no centro, assim como Falcão. Com o ano de 2026 batendo à porta, ter diálogo aberto com um presidenciável pode fortalecer o prefeito de Patos de Minas. E o Bolsonaro?! Não resta dúvida da simpatia de Falcão com o ex-presidente, e isso se traduz em seus eleitores: “Da próxima vez tira [uma foto] com o Bolsonaro”, comentou um internauta.
Depois de um primeiro mandato com recorde de aprovação — 85,19% dos votos nas urnas em 2024 —, Falcão não é mais apenas um prefeito, mas sim um movimento que agrega mais de 800 municípios filiados à AMM. Na eleição ada, a oposição tentou frear Falcão com a narrativa de que ele queria ser um político profissional, viver de cargos públicos, e, para isso, reviveu um vídeo de 2020 no qual o prefeito disse ser contra a reeleição. A estratégia teve pouco efeito, mas, mesmo assim, ainda é usada. Existem aqueles que dizem: “Ele vai abandonar Patos.”
Quando questionado sobre 2026, Falcão não confirma nem nega uma candidatura, e se limita a dizer que isso vai depender das circunstâncias do próximo ano. A cidade e a região, no entanto, não podem ser mesquinhas a ponto de desperdiçar um nome com tamanho potencial.
Falcão tem maioria em Patos de Minas e agora é projetado estadualmente por meio da AMM. Desfiliou-se do partido Novo para ter trânsito livre e defender os prefeitos da região, mesmo que isso possa ter causado uma rusga com o governo estadual. Zema, por exemplo, preferiu visitar uma feira no Paraná, em vez de participar da abertura da Fenamilho.
Na minha humilde avaliação, Falcão faz o dever de casa, e os eleitores e apoiadores devem avaliar: o esforço é digno de ser reconhecido em 2026 e projetado para algo maior? Se sim, não há nada de errado — será apenas sinônimo de merecimento. Por décadas, o eleitor escolhia o candidato por afinidade familiar ou troca de favores. O resultado de 2020 e 2024, em Patos de Minas, mostra a mudança desse comportamento: Falcão foi escolhido primeiro pela crença em renovação e depois pelo reconhecimento de um trabalho que deu certo.
E você deve se perguntar: Deputado Falcão, Vice Falcão ou Governador Falcão? Está muito cedo para dar qualquer palpite, mas, se me permite uma opinião, Falcão tem um perfil executor forte e talvez possa entregar muito na Cidade istrativa — mas é bom lembrar que querer não é poder.
E, para finalizar: não, não estou fazendo campanha antecipada para Falcão. Por sete anos nesta profissão de jornalista, me recusei a tecer publicamente qualquer comentário por acreditar que o juízo de valor — a opinião — pertence ao leitor. Recentemente, resolvi abrir esta coluna por entender que eu, enquanto cidadão, também tenho direito a ter uma posição. E esta se limita aos fatos e indícios. E, por último, escrever este artigo não muda em nada minha fidelidade aos fatos nas reportagens. Fatos devem ser reportados — sejam eles bons ou ruins, agradáveis ou incômodos. Isso é jornalismo.
