Marcas que vendem “bebida sabor café”, ou “café fake”, chamaram a atenção da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), da Anvisa e do Ministério da Agricultura, desde a última semana, pela venda de produtos sem autorização dos órgãos de vigilância no país.
Segundo a Abic, os produtos comercializados em alguns supermercados do interior de São Paulo e do Sul do país têm uma embalagem semelhante à de café, mas componentes que am longe da bebida pura, porque não se enquadram na categoria correta da bebida. Uma marca identificada conta com a descrição “pó para preparo de bebida à base de café” no rótulo.
Imagens das embalagens que viralizaram nas redes sociais mostram que, além do componente da bebida, o preço também impressiona: R$ 13,99 por 500 gramas, enquanto marcas conhecidas vendem a mesma quantidade pelo dobro ou mais.
O “café fake”, de acordo com a associação, tem concentração muito acima do permitido de outras substâncias, como a casca do grão, restos de madeira, pedras e palha, que acabam ando pelo processo de torra e moagem.
“A legislação nacional sanitária e de defesa agropecuária proíbe, de forma expressa, com punição de multa e apreensão, a oferta direta ao consumidor de café misturado com resíduos agrícolas, matérias estranhas e impurezas como cascas, palha, folhas, paus ou qualquer parte da planta exceto a semente do café”, disse a Abic em nota.
A associação ainda afirma que alertou supermercados e redes varejistas sobre “irregularidade do comércio de misturas ilegais” e recomendou “o não consumo de tais produtos pela população, diante do risco à saúde”.
Em entrevista recente à Reuters, Celírio Inácio da Silva ressaltou que o produto é uma “clara e evidente tentativa de burlar e enganar o consumidor”. A Abic disse que o comércio irregular e o consumo de produtos clandestinos por empresas sem registro nos órgãos oficiais viola a legislação.
Alerta em Minas
Diante dos casos recentes, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) divulgou nota orientando os consumidores mineiros a desconfiarem de produtos com o valor muito abaixo do praticado no mercado, e preferirem marcas com selos ou certificados.
O preço médio de um pacote de café de 500 gramas está custando, em média, R$ 30 em Minas, enquanto o “café fake” tem saído por menos da metade