
O clássico deveria ser marcado apenas pelo empate entre Mamoré e URT no Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz, terminou em confusão e violência. A partida em Patos de Minas teve tumulto nas arquibancadas, com uso de gás lacrimogêneo e bombas pela Polícia Militar após arremessos de copos no gramado.
Entre os atingidos estavam crianças, idosos e famílias que assistiam à partida. O prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão, emitiu nota de repúdio, destacando que seu pai, de quase 70 anos, e seu filho, uma criança, foram vítimas da ação. “É inissível que um momento de lazer se transforme em cena de pânico e violência”, afirmou. Ele defendeu a apuração dos fatos e cobrou providências.
A URT também divulgou nota oficial, alegando tratamento desigual em relação à torcida do Mamoré. Segundo o clube, a torcida adversária utilizou artefatos proibidos e não sofreu as mesmas consequências. A diretoria ainda relatou que bombas e gás atingiram uma área onde estavam idosos, crianças, familiares de atletas e patrocinadores, causando ferimentos, alguns graves.
O clube reforçou que respeita os órgãos envolvidos, mas pediu igualdade no tratamento das torcidas e registro completo dos acontecimentos nos relatórios da partida.
O Esporte Clube Mamoré não emitiu nota até o momento. A Polícia Militar informou que não emitirá nota oficial, contudo concederá entrevista coletiva às 11h da manhã.
Íntegra da nota do prefeito Falcão:
Como prefeito de Patos de Minas, venho manifestar meu repúdio aos acontecimentos lamentáveis ocorridos na noite de ontem, durante o clássico entre Mamoré e URT em nossa cidade.
A atuação da Policia Militar, com uso de bombas e gás lacrimogêneo nas arquibancadas, após torcedores atirarem copos plástico no campo, resultou em ferimentos e momentos de grande aflição para familias inteiras, incluindo crianças e idosos. Dentre os atingidos estavam meu pai, um senhor de quase 70 anos, e um dos meus filhos, uma criança, o que torna o episódio ainda mais pessoal e doloroso.
É inissível que um momento de lazer e convivência como um jogo de futebol se transforme em cena de pânico e violência. Reforço que a segurança pública deve sempre priorizar a proteção e a integridade fisica e emocional das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis.
Confio que os fatos serão devidamente apurados e que medidas serão tomadas para que episódios como este não voltem a ocorrer. Como gestor público e como cidadão, estarei atento e atuante para garantir que o esporte em Patos de Minas seja sempre sinônimo de alegria, união e paz.
Íntegra da nota da URT:
A União Recreativa dos Trabalhadores vem por meio desta expressar sua total insatisfação diante de alguns fatos lamentáveis que ocorreram no dia de ontem em partida válida pela quarta rodada do campeonato mineiro do Mod. 2 entre Mamoré x URT realizado no estádio Bernardo Rubinger de Queiroz.
Conforme rege no regulamento da competição foi realizada antecipadamente a reunião entre, representantes dos dois clubes, líderes das torcidas organizadas e órgãos envolvidos para realização da partida. Conforme determinado, ficou expressamente proibido para ambas as torcidas o porte e o uso de artefatos de artificio que usam indução por fogo. Nossa torcida ou por toda fiscalização para poder se deslocar até o estádio e também para adentrar a ele, a todo momento era informado que caso portassem algum tipo desse material seria proibido o o dos torcedores ou até mesmo retirados do estádio. Apesar da vontade de utilizar o material para um efeito visual nas arquibancadas, nossa torcida respeitou a determinação, porém, o mesmo não se aplicou a torcida adversaria que além de ter posse do material, na entrada em campo dos atletas acenderam diversos desses materiais até então proibidos para partida, e não foi tomado quaisquer tipo de providencia igual foi imposta a nossa torcida caso fizesse o uso dos mesmos.
No segundo tempo da partida após troca de provocações entre um atleta adversário e nossa torcida, foi arremessado copo plástico para dentro de campo, após o ocorrido lamentavelmente e com uso desproporcional de força, foi lançado diversas vezes em nossa torcida gás de pimenta, logo em seguida sem sentido algum foi arremessado uma bomba de efeito moral. A parte da arquibancada atingida não foi onde estava a torcida organizada, no local atingido estava uma grande concentração de idosos, crianças, famílias, patrocinadores da URT, membros da nossa comissão técnica e familiares dos nossos atletas. Tais ações acarretaram em uma serie de graves consequências, principalmente em idosos e crianças que se sentiram mal com o gás, os estilhaços da bomba causou ferimentos em vários torcedores, alguns graves que inclusive precisaram ser levados ao hospital.
Observamos que do lado da torcida adversaria ouve também vários arremessos de copos para dentro do campo, principalmente em direção ao nosso banco de reservas, e em momento algum vimos qualquer tipo de providencia sendo tomada, sendo assim mais uma vez se concretiza a diferença de tratamento que tivemos.
Lamentamos profundamente todo o ocorrido, não temos a intenção e nem vamos generalizar pois respeitamos todos os órgãos envolvidos para realização do jogo, sabemos que foi a atitude isolada de alguns que levou a todo o ocorrido, porém, pedimos mais respeito para com nosso torcedor ou no mínimo o mesmo tratamento para ambos os lados. Solicitamos para que os relatórios dos órgãos envolvidos no jogo constem todo o ocorrido em ambas as torcidas.
Ao nosso torcedor pedimos que não deixem isso nos abalar, somos uma torcida de guerreiros, de gigantes, que vibra, que empurra, somos a maior média de público desde 2024 e vamos continuar unidos pelo nosso objetivo, lotando a ARENA DB e juntos continuar escrevendo nossa história. De geração em geração mais que um clube, uma paixão.